Em seu novo livro, o jurista Francisco de Assis da França Junior examina os multifacetados aspectos que envolvem a opção pelo modelo de guerra às drogas.Inicia pela análise das origens de um adensado pensamento criminológico brasileiro a partir da atuação dos tribunais do Santo Ofício, apontando os inquisidores (também demonólogos) como os responsáveis pelas primeiras teorias criminológicas, a partir do sistema clerical de controle punição que existia no seio da Igreja Católica.Em seguida, buscando fugir da colonização ideológica que permeia os estudos sobre modelos de controle sobre drogas, o autor compara as trajetórias de Pablo Escobar e Nem da Rocinha, ao mesmo tempo em que se vale das realidades territoriais que cada um desses personagens vivenciou – Medellin, na Colômbia e o morro da Rocinha, no Rio de Janeiro – para defender a criação de uma criminologia das drogas, capaz de revelar o que está por trás do discurso e das práticas repressivas próprias da guerra às drogas.