O mundo ocidental do pós-guerra viu uma mudança gradual do governo para a governança, um processo que também dizia respeito às questões relacionadas à sustentabilidade agroalimentar, como qualidade dos alimentos, impacto ambiental, justiça social e bem-estar animal agrícola. Estudiosos acreditam que as mídias sociais são um novo site que reconfigura as relações entre vários atores envolvidos na governança desses problemas. No entanto, a pesquisa empírica sobre este assunto permanece escassa. Este artigo preenche essa lacuna examinando o caso da Februdairy, uma campanha de hashtag do Twitter para promover a indústria leiteira britânica, sequestrada por ativistas de proteção animal. Para este caso, emprego a perspectiva relacional sobre os recursos tecnológicos — operacionalizados por Faraj e Azad (em: Leonard et al. (eds), Materialidade e organização. Interação social em um mundo tecnológico, Oxford University Press, Oxford, 2012)— para destacar dois modos estratégicos distintos de acolhimento de funcionalidades de mídia social pelos grupos opostos: sequestro de hashtags e transparência de crowdsourcing. A análise revela ainda que uma estrutura social pré-existente do sistema agroalimentar condiciona a reconfiguração das relações sociais pela tecnologia de forma a fortalecer a tendência de governar a questão da proteção animal agrícola com mecanismos de mercado.