PRÓLOGO“Pés, não me falhem agora, levem-me até a linha de chegada. Todo o meu coração se rompe a cada passo que dou, mas eu estou esperando que os portões se abram, para dizer-me que você é meu.”Eu corria desesperadamente pelo extenso bosque, olhava para trás a todo momento para tentar ver se ele estava muito perto. Podia ouvir o barulho de seus passos rápidos logo atrás de mim e o som da sua respiração alta pela corrida, mas o que mais prevalecia era o som dasbatidas do meu coração acelerado. Disparado pelo esforço da corrida, pelo medo, pelo receio de ser pega.Era noite, o bosque estava escuro, sendo iluminado apenas pela pouca luz vinda do poste. Me escondo atrás dos grandes arbustos e espero.— Não adianta se esconder Ellen, você sabe que sempre irei te encontrar!Fecho os olhos.O medo...O medo, é um monstro que se alimenta da sua falta de coragem, lhe enchendo de pavor, até não sobrar mais nenhum pingo de sanidade.Ele só estava brincando comigo, como faz com os outros.Atormentando-os, fazendo com que suas presas se sintam encurraladas, até o auge do desespero.— Vamos, apareça! Eu não vou machucar você... — ele grita, na tentativa de me fazer ceder. Mas eu sabia que era mentira, ele iria dilacerar a minha carne, beber o meu sangue e comer os meus órgãos no café da manhã, como faz com suas vítimas.Lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto.Eu sabia que estava perdida.Leia mais