Seita, sociedade satânica, religião e organização a serviço da implantação do poderio judaico-comunista. Estas são algumas imagens por meio das quais a Maçonaria foi representada ao longo dos séculos no mundo ocidental, na sociedade brasileira e pernambucana em particular. Muitas dessas visões se consolidaram devido ao caráter iniciático e ritualístico. Aliadas a tais questões, as intensas disputas de ideias e posições que a Maçonaria travou com a Igreja Católica Romana e um pensamento de viés conservador promoveram, e ainda promovem, permanências com relação a um ideário estereotipado sobre os maçons e a maçonaria. Tomemos como exemplo a apropriação da última eleição presidencial, quando o candidato Cabo Daciolo veiculou a seu discurso de campanha impressões sobre o poder desfrutado pela maçonaria no mundo político. Assentado num viés de forte visão antimaçônica, o político orientou-se pela lógica clássica, para a qual a maçonaria surgia como uma instituição caracterizada pela posição de “espreita”, pronta a desestabilizar e comandar ocultamente a sociedade e os indivíduos.A preocupação central deste livro, caro/a leitor/a, foi tratar de alguns temas que esboçam um “rosto” para a Maçonaria, discutindo a maneira como essa instituição foi se organizando nas décadas iniciais do século XX, tendo como campo geográfico central Pernambuco, mas não deixando de discuti-la de maneira mais ampla, realizando, quando possível, conexões com outros espaços sócio-históricos no Brasil e no mundo.Leia mais