A resistência do povo Mapuche contra as invasões que sofreu sua população tem sido recorrentemente destacada e interrogada na literatura acadêmica. A politização de aspectos culturais, espirituais e/ou filosóficos tem sido profusamente indagada como chave interpretativa da peculiar vontade de reorganização do povo Mapuche, especialmente nos últimos quarenta anos, no território mapuche ocupado pelo Estado nacional argentino.Uma antropóloga afro-brasileira, ativista antifracking no Brasil, filha de Ògún, divindade do candomblé, contata, em 2014, representantes das comunidades mapuche do sul da Argentina e Chile, e a representantes da Confederación Mapuche de Neuquén. A inquieta a forma como lidam com a contaminação petroleira nos arredores de Vaca Muerta, primeiro poço de fraturamento hidráulico da América Latina. Convive com seus interlocutores/as; desde Neuquén capital se desloca com eles/as de uma comunidade a outra; compartilha suas experiências recentes de iniciação ritual no candomblé; seus anfitriões/ãs a olham e escutam, e lhes contam histórias.Leia mais