Com o fim da escravidão no Brasil, o desencaixe social estava preparado para acolher aqueles que se recusavam a continuar sob o domínio dos senhores, aqueles que persistiam num ideal ainda não lapidado. Na metáfora empresa-senzala dos dias atuais, o passado escravista ganha forma na medida em que o ser humano não é respeitado e os métodos de outrora são reproduzidos passo a passo. As senzalas de hoje estão espalhadas por todo o mundo e definem a nova face de uma escravidão camuflada e respeitada. Assim como os engenhos eram elementos importantes para a economia daquela época, as empresas são, atualmente, o grande modelador da sociedade e conduzem muito mais que interesses econômicos e unidades humanas de mercado; conduzem vidas que necessitam de respeito. Muitos rejeitam a ideia imediatamente, seja por se beneficiarem dessa indústria como fonte de riqueza, ou, por fazerem parte da maioria que não quer se enxergar como vítima de uma escravidão. Com esse cenário, Magno Cardoso dos Santos apresenta a "empresa-senzala" e qualquer semelhança com a realidade talvez não seja mera coincidência.Leia mais