Neste ensaio, o filósofo e historiador interroga a démarche da história face às imagens e da história da arte perante o seu objeto, entre a abertura e a tentativa da domesticação. Referem-se, no quadro francês, a escola dos Anais, Fernand Braudel, Charles Morazé, André Leroi-Gourhan, Ignace Meyerson, Roger Caillois, Lucien Febvre, Pierre Francastel; sem prejuízo do importante desenvolvimento constituído por Hubert Damisch, ou por Louis Marin.Mas é na iconologia de Warburg, sensível à irrupção paradoxal da memória, que desarruma as coordenadas de uma cultura, constituindo uma sintomatologia sempre provisória, precária, que o autor encontra uma perspectiva de análise propriamente adequada à arte e às imagens. Evoca-se a Ninfa que irrompe num fresco de Ghirlandaio, objeto de uma brevíssima troca de correspondência entre André Jolles e Aby Warburg, em que se identifica toda a estranheza da irrupção da esvoaçante donzela no meio de um hierático nascimento no seio da burguesia florentina; o anacronismo é evidente; a Ninfa é uma irrupção sintomática; toda a questão é de onde ou de o quê? Questão sem resposta definitiva,Leia mais