O presente Trabalho de Conclusão de Curso investigou as diferentes representações sobre a temática indígena, utilizadas nas questões do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Para isso, analisamos de que modo os povos indígenas vem sendo representados nesse exame e os sentidos atribuídos a tais representações. Assim, procuramos verificar até que ponto as narrativas historiográficas manifestas no ENEM privilegiaram ou não os povos indígenas brasileiros e suas tradições. Para o desenvolvimento desta pesquisa, a sistematização e análise de dados referentes às provas aplicadas entre 1998 e 2020 foram essenciais. Também nos apropriamos de referenciais bibliográficos de modo a estabelecer uma relação entre os estudos que privilegiam o protagonismo indígena e aqueles que produzem representações que nem sempre dialogam com suas realidades no mundo contemporâneo.A partir do conceito de representação, verificamos que as implicações desses significados acabam por não realizar um apagamento completo das representações dos povos indígenas, pois eles direta ou indiretamente chegam a serem mencionado e/ou citado nas provas. A problemática identificada desenvolve-se na forma e modo como as representações corroboram com a divulgação de certos estereótipos pejorativos, desfigurando e/ou generalizando a história e o papel dos povos indígenas na História do Brasil. Enfim, os resultados alcançados indicam que mesmo após um longo processo de luta pelo reconhecimento da diversidade e da diferença de povos existentes no país, desencadeada a partir dos anos 1970 e culminando com direitos assegurados pela Constituição Brasileira de 1988, assim como o resguardo garantido sobre o ensino de História Indígena nas escolas, com base na Lei 11.645/2008, ainda há muito que fazer em relação à evidenciação do protagonismo indígena na Educação Básica Brasileira.