O Não-Livro consiste num romance de autoficção concebido ao longo de pouco mais de vinte anos. As mesmas personagens surgem em diferentes contos, extrapolando o limite estabelecido por este gênero específico, e são pontuadas por poesias, que redimensiona-lhes o sentido, compondo a atmosfera única dessa obra. Entretanto, como as próprias estrelas dispostas no céu, tal conexão não é, a princípio, trivial.
A leitura do Não-Livro pretende aguçar os sentidos dos leitores ávidos por uma obra de qualidade e inventividade abordando as temáticas inerentes aos conflitos e ambiguidades do ser humano contemporâneo. Amor, inseguranças, a natureza, os grandes centros urbanos e reflexões acerca da finitude (quiçá da infinitude) da vida são as temáticas desenvolvidas ao longo das páginas.
É óbvio que tanto o título da obra quanto o seu complemento (contos e poesias nunca lidos para leitores que nunca lerão) remetem ironicamente à abundância da ficção de entretenimento que inunda o mercado editorial. O autor bem sabe que todos precisamos sobreviver e não existem culpados ou inocentes: simplesmente, a realidade está exposta. É facultada ao leitor a última palavra em termos de suas próprias escolhas.
Dito isso, ficam os votos de uma boa travessia àqueles que se dispuserem a navegar por essas águas!