É possível que, em 1962, alguns estrangeiros ainda acreditassem que a capital do Brasil fosse Buenos Aires. É possível… Mas, com certeza, este número já havia diminuído bastante. Dois anos antes – 1960, portanto – havia sido inaugurada a nova capital, Brasília, com sua arquitetura revolucionária transformada em imagens que percorreram o mundo. Mas o primeiro grande salto internacional foi dado quatro anos antes, em 1958, quando o Brasil conquistara o Campeonato Mundial de futebol.Assim, chegamos à Copa do Chile não mais como meros participantes, como acontecera em 1958, mas com o respeito que os campeões merecem. E mais: tínhamos Pelé – o Rei Pelé. A Imprensa se mobilizou para a cobertura, com o intuito de trazer, o mais rápido possível, informações e emoções ao confiante povo brasileiro. A televisão só traria as imagens no dia seguinte, em videoteipe.Tínhamos o título mundial e um time que era, na essência, o mesmo de 1958. Apenas duas mudanças: o sóbrio e firme Mauro no lugar do capitão Bellini; e o elegante Zózimo no lugar de Orlando. Mudou também o técnico: Feola, doente, foi substituído por Aymoré Moreira. Mas o destino, arteiro e malicioso, nos tirou Pelé logo no segundo jogo.É esta saga, esta conquista que contamos aqui – eu e o jornalista, pesquisador e publicitário Silvio Natacci –, dando continuidade ao projeto especial da On Line Editora de resgate e preservação da memória do futebol brasileiro, no qual estamos relatando como foram as conquistas das nossas cinco Copas do Mundo. Um trabalho gostoso de ser feito – a cada pesquisa, revive-se uma grande emoção. Como emocionado ficou o grande Fiori Giglioti, um dos profissionais que trabalharam na cobertura da Copa do Chile e cujo depoimento fomos buscar. É o convite que fazemos: venha viver ou reviver estes grandes momentos.