“Eu me perdi do mundo e encontrei o meu mais doce abismo (…)”
Honestamente, não creio que deva haver uma biografia neste momento.Me desagrada a ideia de me apresentar desta forma: quase sentenciado àlápide.Nasceu aqui, morreu ali e, entremeio à isso: existiu de algum jeito fantasioso esurreal…Sou tão humanamente comum quanto qualquer outro humano.Alguém débil,em algum momento, cogitará essa empreitada. Deixemos para ele o delírio destaepopéia, ou o registro de minha insanidade. Só a palavra e a possibilidade de sabê-laviva em minhas mãos –massa crua, húmus divino– me encanta, me basta e me fazsorrir.Só o que quero é dividir o que sinto do mundo e de mim, nesse mundo sentido.Escrevo para purgar, sublimar e traduzir o meu estranho e diverso em poesia.Que euconsiga cruzar a linha de chegada, antes que escrevam essa biografia. Que eu játenha terminado de dizer, de sentir e de me encantar, quando esse dia chegar.