Azul Turquesa retrata um subúrbio do Rio de Janeiro de forma explícita. Sem romantismo, sem esperança e também sem donas de casa e e rodas de samba, com a intenção de demonstrar “gente humilde, porém feliz”. A obra procura explorar as entranhas dos tipos mais enigmáticos e peculiares desta área da Cidade Maravilhosa. Tipos que se veem com frequências, exercendo profissões comuns, do qual a zona de conforto é o personagem em questão: o bar.O protagonista é apena o antagonista da obra. É ele (sem ter o seu nome revelado) quem conduz um estabelecimento com vários problemas, atendendo pessoas cinzas e sem muitas ambições. No entanto, esta vida monótona pode esconder, dentro de todos, o pior do condicionamento humano.O personagem quem relata está cansado. Foi a ele herdado não só o bar, mas também o seu principal funcionário, um velho ranzinza e hostil (um dos poucos personagens em que seu nome é revelado). Ele também conta o histórico dos seus clientes, seu passado e busca desvendar a mente destas pessoas em que passam suas tardes sentadas em cadeiras empoeiradas, ouvindo músicas e conversando sobre assuntos aleatórios.A obra é relevância pessoal, pois são baseados em pessoas reais e que se depararam com ele um dia. Com humor seco, e às vezes até absurdos, Azul turquesa explora seres humanos comuns, como a pessoa que está sentado ao seu lado num transporte público, que está no balcão da padaria ou, até mesmo, alguém que não é quem diz ser.