O trabalho dignifica o homem. Por séculos, essa máxima vem sendo repetida sem muita reflexão. De fato, o trabalho é considerado atributo central na vida humana, sendo capaz de categorizar indivíduos e construir personalidades: trabalhador, provedor, batalhador, vagabundo ou preguiçoso. Mas como surgiu essa crença, hoje inconteste? É possível afirmar que, no atual cenário de crescente flexibilização e desemprego sistêmico, o trabalho é mesmo dignificante? Ou é apenas uma forma de sobrevivência? Cárcere e Trabalho, além de responder a essas e tantas outras indagações, explora o início da valorização central do trabalho (fenômeno recente na história) e o contextualiza com o surgimento das penas privativas de liberdade, em um verdadeiro diálogo entre a sociologia do trabalho, o sistema de penas e a execução penal. Ao demonstrar a intrínseca relação entre exploração do trabalho e sistema penal, fazendo o devido recorte à realidade brasileira, a autora se debruça sobre a categoria do trabalho prisional de forma inédita, abarcando seus aspectos históricos, legais, práticos, ideológicos, sociológicos e criminológicos. É possível afirmar que se trata de instrumento de efetivação da prevenção especial positiva da pena ou apenas de uma forma de atenuação do sofrimento da pessoa encarcerada? Em síntese: a que serviu e a que serve o trabalho prisional na atualidade?