Buscar em um lugar comum (dogmático e arbitrário) o apoio para rechaçar todo um contexto político, camuflando suas ideologias sob as normas da língua culta como pano de fundo é negar, mesmo, a referida complexidade que pode ser perceptível até mesmo na frase (de Mário Perini, acima sublinhada) “o sistema não prevê lugar para verbos que possam ter OD ou não, à vontade; logo, é de se presumir que tais verbos não existam.”, ou seja, mais especificamente, trata-se da inteligibilidade das implicações do termo “presumir” no contexto da referida frase que, a partir de Kenan em Two kinds of presupposition in natural language,se o sistema PREVÊ OU NÃO PREVÊ lugar para verbos que possam ter OD ou não, à vontade; logo, é de se presumir que tais verbos não existam.Para a inteligibilidade de pressuposição lógica, segundo Kenan, devemos considerar o seguinte: uma sentença S logicamente pressupõe uma sentença S’ exatamente pelo fato de S logicamente implicar S’ e a negação de S, S, também logicamente implicar S’. Em outras palavras, a verdade de S’ é uma condição necessária para a verdade ou a falsidade de S. Assim, se S’ não for verdadeira, então S não pode ser nem verdadeira nem falsa.