Há uma diferença em ser mulher deste século e dos séculos anteriores. Aqui você pode “ser “quem você quiser, mas claro, à custa de muita luta. E acreditem: isso não é fácil. O “ser”, já tão difícil nos tempos atuais para todos, é mais difícil para as mulheres, sobretudo, para as que não se enquadram – ou que sempre são “enquadradas” em algum estereótipo. E eu, mulher hétero, negra e solteira, não escapo à regra. Mas o que dizer de outras mulheres, que são lésbicas, trans ou bi? Observo que todas a adversidade não elimina a unidade que conecta todas: são meninas em potencial (sim, meninas empotência). Como uma força anterior pronta a explodir, as meninas que as habitam querem libertar-se, acordar, renascer, viver e “ser” sem amarras, sem causar estranhamentos ou perplexidades. O livro que fala sobre isso, mas de um jeitoleve reflexivo. Não é uma bandeira, mas uma conversa.