Da performance com a máquina de escrever e da absorção espontânea e densamente elaborada do exterior com o pulsar interno à expulsão demoníaca por meio do noise e da visceralidade audiovisual esse livro testemunha a fusão Arte e Vida buscada por seu experimentador. A obra representa a síntese de um grito silencioso que ronda os bares com o vagido nascido dos decibéis eletrônicos e audiovisuais que partia das entranhas do falante e do ventre da imagem para se dissolver nos olhos e ouvidos do espectador. A música inacabada é, então, a contaminação permanente e circular do artista com seu público e do público que também se torna artista ao recriar as dores e gozos expressados na arte – infecção múltipla e polimorfa das mais bizarras!. A melhor maneira de lê-lo é experimentando radicalmente a angústia, o amor, o delírio que cada uma das palavras busca infundir no leitor como que por possessão xamânica.