Este texto, A Música Hoje (como aliás o diz o seu título), é um trabalho que se debruça especificamente sobre o estado da música na actualidade – dentro do espectro mais abrangente da arte –, reconhecendo inequivocamente o grau de decadência/degenerescência e de mau gosto que minam a sua sublime importância e utilidade na definição de um sentido justificador para a existência humana no mundo. Nessa senda, procura-se perceber, dentro de três causas possíveis para esta situação – o Tempo, concretamente o nosso período histórico, a Indústria do Entretenimento e, por último, o público –, se há uma explicação para o facto indesmentível da música, especificamente, e a arte, em geral, estarem a passar por uma fase visivelmente horripilante, quanto ao que de qualidade e bom gosto se refere. Seguidamente, procurar-se-á perceber a razão (ou falta dela, diga-se) que faz com que esta situação se mantenha e se perpetue, sem fim à vista, procurando com isto perceber, qual o estratagema usado para branquear aquilo que, para muitos, é uma gritante e indiscutível falta de qualidade da música e da arte nos tempos actuais. Por fim, indagar-se-á o estado da música e da arte em geral nos dias de hoje a partir da relação desta (no estado em que se encontra) com o Poder, em particular, com o regime democrático, no sentido de, ao existir essa relação, explicar a verdadeira razão, para que, por estratégia político-ideológico, a música, em particular, e a arte, em geral, se encontrem no estado assombrosamente degradante em que se deparam.