Margaret Lucas Cavendish foi uma filósofa, poeta, cientista, escritor de ficção e dramaturga que viveu no século XVII. Seu trabalho é importante por várias razões. Uma é que ela apresenta uma versão inicial e muito convincente do naturalismo, encontrada na filosofia e na ciência atuais. Também oferece insights importantes relacionados a discussões recentes sobre a natureza e as características da inteligência e a questão de saber se os corpos que nos cercam são ou não inteligentes ou têm uma causa inteligente. Outra razão pela qual o trabalho de Cavendish é importante é que ele antecipa algumas das visões e argumentos centrais que são mais comumente associados a figuras como Thomas Hobbes e David Hume. Ela também oferece respostas novas e convincentes para perguntas que são centrais nas discussões do século XVII – por exemplo, sobre se a percepção sensorial é por meio de impressões; sobre se os seres humanos são livres no sentido libertário ou compatibilista; sobre se existe algum distúrbio verdadeiro no mundo natural; sobre os limites do conhecimento e os limites das ideias e da linguagem; e sobre como o movimento é transferido entre os corpos. Além disso, ela realiza importantes debates em filosofia social e política, com foco em questões de agência e autoridade e, em particular, na relação entre o desejo de um indivíduo de viver uma vida com a qual ele se identifica e a receptividade e acomodação que esse desejo encontros no mundo fora da mente.