Andrezza, a protagonista de Óleo de Prímula, acaba de fazer 40 anos. Pode-se dizer, portanto, que tem mais de meia vida inteira pela frente ! E quer celebrar esse momento encarando um desafio que poderia ser até assustador, não fosse tão instigante. Ela acaba de se mudar para Nova York e está determinada a se tornar uma profissional respeitada na cidade que nunca dorme. Eis que a surpresa do destino que esse lugar tão cosmopolita lhe reservou foi encontrar um homem interessantíssimo, não fosse o senão de ser um rapaz mais novo. E ela se martiriza a todo momento por se envolver com esse garoto pois acredita que tal relacionamento é socialmente inaceitável. Mas os conflitos e as nuances psicológicas sobre o abismo da diferença de idade do casal aparecem como plano de fundo pois o livro retrata uma história de amor, repleta de momentos divertidos, conexões inesperadas e enganos inoportunos. Definitivamente nada é o que parece ser na vida desses dois. Mas a maior referência da obra está na sua densidade erótica. As descrições das cenas de amor vividas pelos personagens são construídas com tamanha riqueza de detalhes que é quase possível respirar sua atmosfera. É mais do que um olhar pelo buraco da fechadura. O convite que se faz ao leitor (a) é que observe tudo como se estivesse à distância de um toque.