Tenho dois objetivos de pesquisa neste artigo:1)Forneça uma nova teoria do liberalismo clássico: “Os Três Princípios”.2)Aplique essa teoria ao debate sobre as justificativas do estado de bem-estar social.O primeiro objetivo exige que a tradição liberal clássica forneça tal estrutura. Minha hipótese é que essa tradição pode ser encapsulada em Três Princípios, os dois primeiros – direitos de propriedade e governo limitado – formam o núcleo libertário da sociedade. O terceiro princípio – o princípio do bem-estar – é construído em cima desse núcleo libertário, e complementa-o, criando as condições de fronteira dentro das quais a ordem espontânea do mercado pode operar. Esses princípios podem ser justificados por razões de direitos ou por motivos consequentes. Eu tomo uma abordagem consequente.Meu segundo objetivo vem do pressuposto de que precisamos repensar algumas das discussões filosóficas atuais em torno das questões do estado de bem-estar social. Acredito que os defensores de hoje do estado de bem-estar social muitas vezes esquecem da importância dos direitos de propriedade e das liberdades individuais na prosperidade da sociedade. Também acredito que os libertários de hoje – que são os defensores mais princípios dos direitos de propriedade e das liberdades individuais – muitas vezes esquecem da importância das instituições públicas e da redistribuição limitada do bem-estar, na melhoria da sociedade. Então, até que ponto podemos combinar a preocupação com a liberdade com a preocupação com os pobres? Minha hipótese, baseada em Smith e Hayek, é que podemos aplicar os Três Princípios do Liberalismo para fornecer os contornos de um estado de bem-estar liberal clássico, ou de coração sangrando, limitado.