Analisamos o sertão como uma construção discursiva criada desde a colonização portuguesa nos Trópicos. Problematizamos as repetições imagéticas que construíram o sertão “miserável”, “seco”, “violento” e “selvagem”. Para tanto, apresentamos o sertão em Dirceu Lindoso, analisando-o como uma revisão crítica dessas imagens, isto é, como uma ruptura historiográfica que enxerga a complexa sociedade sertaneja sob a ótica cultural, não significando, porém, narrar o sertão de maneira folclórica, mas a partir dos conflitos culturais e das resistências sociais que marcam as histórias dos sertões em toda sua extensão geográfica, a saber: desde as regiões sertanejas do Piauí até a cachoeira de Paulo Afonso/BA, às margens do rio São Francisco.