Atualmente, existe uma incompreensão sobre o que as igrejas podem ou devem fazer com os recursos arrecadados e bens que são angariados por seus frequentadores ou membros, que acabam mantendo a instituição ou liderança que dali tira seus proventos – ou até mesmo luxos ostentados por sua cúpula religiosa.Quando se fala sobre o espaço físico de uma igreja, nem sempre as pessoas conseguem definir se a igreja é uma instituição pública, um espaço privado ou particular, ou mesmo um espaço intermediário – algo tecnicamente de acesso ao público, mas privado a um grupo de pessoas, especificamente. Com isso, faz-se necessário um esclarecimento ou a devida distinção de cada espaço, para depois delimitar o que a igreja pode realmente fazer com o dinheiro, já que seria um espaço de acesso ao público, porém, privado a determinado grupo – ainda que apenas poucas pessoas consigam, de fato, usufruir dos bens daquela instituição religiosa.Essas grandes concentrações de riqueza que envolvem os líderes religiosos podem ser motivadas por várias situações – desde emocionais ou mesmo financeiras – que o líder tenha passado antes de ser a figura icônica ou rica que acabou se tornando. Mas o fato é que a legislação atual acaba por dar liberdades legais que são aproveitadas de maneira errada para constituir uma fortuna em pouco tempo e de maneira ilegal. A verdade é que qualquer pessoa que tenha noções de administração, marketing, estratégia e oratória conseguiria abrir um templo religioso e enriquecer à custa da fé alheia. Assim, pensando a grosso modo, cultos constantes, campanhas, doações, dízimos, ofertas, encontros e seminários que acabam por arrecadar mais dinheiro e fidelizar o membro, acabam por gerar uma receita enorme, na maioria das vezes sem ter que pagar impostos ou funcionários, que geralmente são voluntários (obreiros) em uma empresa com lucro certo. Assim, é possível encontrar um terreno fértil ou um lugar propício para os espertalhões e oportunistas que, sem pudor e limites, exploram a fé das pessoas, com o objetivo puro e simples de enriquecer sem ter que trabalhar, diferentemente de muitos de seus seguidores que, muitas vezes, trabalham sob o sol quente ou em clima extremo.Verdadeiramente não há limites para os “estelionatários da fé”, parasitas, exploradores que usam da boa fé da crença no Sagrado. Estes usam o nome de Deus como meio de explorar, usam a bíblia e seus os livros sagrados para se beneficiarem das pessoas necessitadas de um alento e um afago em suas almas.