O livro analisa o processo de construção do direito à identidade de gênero e à livre orientação sexual à luz do imaginário jurídico – em especial dos mitos pós-modernos criados pelos meios de comunicação de massa. Parte-se da premissa de que tanto o direito quanto a identidade são construções sociais tecidas dentro e a partir de uma narrativa maior, que é o imaginário coletivo de determinada comunidade. Nesse sentido, busca-se estabelecer um diálogo entre a mitologia clássica e a mitologia pós-moderna criada pela indústria dos mass media a fim de contextualizar a emergência de uma miríade de possibilidades de vivenciar e exteriorizar a identidade de gênero e a orientação sexual, sobretudo a partir da década de 1970. Esse diálogo é mediado pela persona de David Bowie, um representante legítimo de tudo o que caracteriza o ethos desse momento histórico ainda em construção.