O critério para decidirmos se um texto é ou não literário é aqui procurado na relação entre discursos narrativos verídico e fictício, em que a História — considerada segundo a epistemologia de Paul Veyne — se opõe ao romance ou à novela como o verdadeiro se opõe ao verossímil. Conclui-se que não há critério definitivo de literariedade e que é a própria vontade de verdade (presente nas formas de prender o público à obra) que deve ser repensada sob pena de recrudescimento do niilismo contemporâneo.