Conjectura é um corajoso ensaio que propõe um modelo simples e intuitivo para o funcionamento da mente humana e também um modelo para a evolução da psique desde os organismos primitivos até o homem contemporâneo.Conjectura propõe um modelo simples e lógico para o funcionamento do inconsciente e para o desenvolvimento da mente humana por meio da definição das duas funções psíquicas mais importantes chamadas Centro do Inconsciente (CI) e Inconsciente Permanente (IP). O modelo proposto também explica como a evolução das espécies se dá sem depender apenas de mutações aleatórias, elenca as fortíssimas evidências a respeito da transferência de conteúdos psíquicos entre gerações e tece considerações sobre os possíveis mecanismos. Este problema lógico está presente em toda a obra de Jung e também na teoria da evolução de Darwin, sendo esta transferência atribuída de forma genérica à hereditariedade.O ponto de partida do ensaio é a conceituação do inconsciente baseada nas obras de Freud, Jung e Victor Frankl. Por esse motivo a primeira parte do ensaio foi destinada à contextualização do ambiente cultural do século XIX que influenciou a formação desses três médicos de forma que se possa entender o caminho trilhado por cada um deles no trabalho de definição do inconsciente. Todos partiram de observações empíricas, porém utilizaram caminhos lógicos distintos na formatação das suas ideias. É surpreendente como se torna mais simples entender o pensamento desses expoentes quando se estuda o ambiente cultural que os influenciou. A segunda parte é o cerne do ensaio e pode ser lida individualmente. A terceira e última parte aborda as consequências práticas do modelo descrevendo como a moral e a ética são originariamente inconscientes e como o surgimento das religiões, iniciado no paleolítico, foi uma consequência natural do modelo proposto. Por fim, de maneira intuitiva e surpreendente, explora a provável aceleração da evolução mental em curso na raça humana.