Ainda não saíra a primeira edição de "A História dos Judeus em São Paulo", e já o jornalista Henrique Veltman comprometia-se, publicamente, a escrever "A História dos Judeus no Rio de Janeiro".Na verdade, desde há muitos anos, a questão da memória judaica no Brasil é um assunto que o preocupa. Em 1965, escreveu para a revista Comentário a "Crônica do Judaísmo carioca", ao ensejo do IV Centenário do Rio.Em 1983, realizou, por encomenda do Beth Hatefusot, o Museu da Diáspora da Universidade de Tel Aviv — juntamente com o fotógrafo Sérgio Zalis — uma pesquisa sobre os hebraicos da Amazônia, da qual resultou uma exposição no Museu.Em 1988, foi ao Marrocos, com a equipe de TV de Fábio Golombek para pesquisar e produzir o documentário "Marrocos, uma nova África", onde a idéia principal era encontrar os elos perdidos da colonização judaica da Amazônia em Tetouan, Tanger e nas vilas e povoados do Monte Atlas.Em 1989, Veltman escreveu o roteiro do documentário de TV, "Os hebraicos da Amazônia", exibido em vários países, inclusive Israel e Brasil.Henrique Veltman promete não parar por aqui, nesta história do judaísmo carioca. Em sua agenda estão uma história dos marranos brasileiros, a saga dos hebraicos da Amazônia, uma história geral do judaísmo brasileiro.Não sendo um historiador, mas um repórter, sua intenção maior é sensibilizar a comunidade para a questão da memória judaica. "A história do Brasil é, essencialmente, uma história judaica. É preciso que as escolas, os institutos, as secretarias de Cultura, as federações, se ocupem dessa questão. A contribuição judaica à história brasileira foi e é excepcional, e precisa ser resgatada", afirma o autor."Com os meus livros, dou a minha contribuição para que a história dos judeus no Brasil seja um organismo vivo, que estimule muitos trabalhos, muitos livros. Que se abram as arcas e se arejem velhos papéis"."A história dos judeus no Brasil deve ser contada a partir do descobrimento, ou até mesmo antes disso. Minha proposta é a de fazer uma crônica da saga dos judeus no Novo Mundo", diz o autor Henrique Veltman.Aos 61 anos, radicado em São Paulo, mas carioca da gema da Praça Onze, torcedor do América, sionista engajado, ele é, na descrição de Tatiana Belinky, "o próprio homem dos sete instrumentos: jornalista, escritor e sociólogo, chefiou redações de grandes jornais e revistas,Leia mais