As cartas entre uma cronista do interior do Brasil e um periodista do jornal La Nación de Buenos Aires deviam ser protocolares. Aos poucos ganham informalidade e eles passam a contar tudo um ao outro, inclusive as mazelas de seus casamentos. A correspondência formal vai se transformando em colóquio íntimo, recheado de elogios recíprocos e de confidências. A Senhora é uma mulher letrada e prática que, além de escrever crônicas, administra sozinha uma fazenda - já que o marido prefere viver na capital. Quando as deliciosas promessas veladas, que lhe chegam nas cartas de Pablo Velasques, começam a lhe eriçar a pele e a fazer com que seu corpo exale fluidos incontroláveis, a Senhora sucumbe a uma torrente de desejos que desconhecia. Em memórias, ela conta a densidade do êxtase que foi sentindo pelas cartas, assim como a sofreguidão e a luxúria que os envolveram no encontro que tiveram, pelos idos de 1890, numa fazenda no sul de Mato Grosso.Leia mais