English BelowA Curvatura do Olhar – Floresta Amazônica Crise Climática e percepçõesO que liga um Seringueiro a Pablo Picasso e Einstein? Picasso enxergava o espaço com uma clareza que só encontrava par no seu talento e virtuose como desenhista. Com uma lanterna na mão desenhou um touro no espaço para que uma foto de longa exposição mostrasse o que só ele Picasso, conseguia ver. O que faz com que esse olhar espanhol que enxergou o Século XX com antecedência e espaço para sua experiência pessoal encontre seu par no fundo da floresta amazônica na experiência pessoal de um seringueiro? Uma visão que parte da experiência pessoal para desenvolver outros níveis de percepções que permitam enxergar que seres humanos e natureza pertencem a uma mesma unidade de vida. Árvores, folhas, frutos, fauna, montanhas, lagos, rios, pedras, parentes de uma mesma unidade. O comum entre eles é o olhar, que tal qual a luz, percorre a curvatura do espaço, nos mostrando que um eclipse do sol não esconde a luz, como nos ensina Einstein, na verdade a revela desenhando o espaço curvo à nossa volta. Picasso usou uma lanterna para iluminar o espaço ao nosso redor e nos mostrar um caminho. Os seringueiros usam a Poronga - lamparina à que- rosene que levam na cabeça como se fosse uma coroa - para iluminar as árvores de uma trilha imaginária para nossos olhos. Quando essas duas lu- zes se encontram e o foco se ajusta, vemos Einsten nos mostrando a língua. No livro A Curvatura do Olhar, o fotógrafo Carlos Carvalho nos traz sua experiência na observação dessas práticas dentro da floresta por parte de homens e mulheres que transformaram a experiência da coleta em aprendizado de novas percepções.The Curvature of the Gaze – Amazon Rainforest Climate Crisis and Perceptions What links a rubber tapper in the Amazon rainforest to Pablo Picasso and Einstein? Picasso saw space with a clarity that was matched only by his talent and virtuosity as a draftsman. With a flashlight in his hand he drew a bull in space so that a long exposure photo would show what only he, Picasso, could see. What makes this Spanish gaze that saw the 20th century in advance and space to his personal experience find its match deep in the Amazon rainforest in the personal experience of a rubber tapper? A vision that starts from personal experience to develop other levels of perceptions that allow us to see that human beings and nature belong to the same unity of life. Trees, leaves, fruits, fauna, mountains, lakes, rivers, rocks, relatives of the same unity. What they have in common is a gaze that, like light, traverses the curvature of space, showing us that a solar eclipse does not hide light, as Einstein teaches us, but in fact reveals it by drawing the curved space around us. Picasso used a flashlight to illuminate the space around us and show us a path. The rubber tappers use the Poronga - a kerosene lamp that they carry on their heads like a crown - to illuminate the trees of an imaginary trail for our eyes. When these two lights meet and the focus is adjusted, we see Einstein showing us his tongue. In the E-book A Curvatura do Olhar, photographer Carlos Carvalho brings us his experience in observing these practices inside the forest by men and women who transformed the experience of gathering into learning new perceptions.Leia mais