À medida que a história do serviço dos monges à civilização se desenrola, deve-se ter sempre em mente que esse serviço não era o objetivo principal para o qual a vida monástica foi instituída; nem provavelmente entrou em nenhum grau nos planos originais dos grandes fundadores e intérpretes do monaquismo. As magníficas contribuições do monge para a civilização foram além dos fins espirituais para os quais Jesus Cristo instituiu a vida religiosa, e eles foram motivados por um amor à humanidade que só perde para aquele amor de Deus ao qual eles haviam consagrado irrevogavelmente suas vidas. Extraordinário, portanto, e de preço menor que fosse o trabalho realizado pelos monges em favor da humanidade, não poderia ser senão secundário e incidental à sublime tarefa de alcançar a perfeição do amor divino que constituía o propósito imediato e primário de sua existência religiosa.A derrubada de florestas primitivas, a recuperação de pântanos fétidos, o cultivo de vastos desertos, a preservação da literatura clássica, a difusão das bênçãos da educação, a libertação dos servos – tudo isso, de uma maneira humana, são realizações magníficas que, enquanto o mundo durar, não pode deixar de desafiar a gratidão e o louvor dos homens. Mas, apesar de tudo isso, nunca se deve perder de vista que a suprema glória do monaquismo é que ele realizou nas almas dos próprios monges o glorioso idealismo de Jesus Cristo, conforme ilustrado em Sua vida e ensinamentos. Cumprir Sua lei literalmente, fazer de Sua vida a inspiração deles, seguir os passos dAquele que disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” – esse era o objetivo do monge, essa sua realização. O meio geral que ele aplicou para alcançar esse fim foi um ascetismo organizado, cujos principais elementos eram a mortificação e a oração, além, é claro, dos sacramentos. Quão eficaz foi na realização de seus objetivos é testemunhado pelo inumerável exército de santos, canonizados ou não, que o monaquismo deu à Igreja; as incontáveis almas que ele atraiu dos caminhos mundanos e amorosamente se curvou ao jugo de Cristo; e a glória imensurável que deu a Deus.Leia mais