A Guerra fria estruturalista é a grande metáfora utilizada no livro para ilustrar a complexa rede de oposições surgida no contexto da II Guerra Mundial em torno das teorias formalistas e funcionalistas que moldaram as ciências da linguagem no século XX. Valendo-se dos fundamentos da historiografia linguística, Cristina Altman reconstrói os modos de recepção de ambos os quadros teóricos no Brasil, onde as diferenças teóricas e metodológicas entre ambos se revestiram de valores geopolíticos: estar do ‘lado teórico’ dos europeus, ou do ‘lado teórico’ dos norte-americanos foi um importante fator de polarização entre os linguistas dos conturbados anos pós-guerra, também no Brasil. Valendo-se de documentação inédita e de materiais não publicados como cartas e entrevistas, o livro revela os bastidores do fazer científico tal como praticado por homens e mulheres reais, em suas grandezas e fragilidades.