Esse livro parte dos resultados de pesquisas realizadas nos últimos anos por dois grupos de pesquisa: o GestAções, da UFRGS, e o EcoSol, da Unisinos. Aqui se encontram reunidos, especialmente, resultados de projetos desenvolvidos com os/as bolsistas de iniciação científica que passaram pelos grupos nesse período. Os trabalhos apresentados também contaram com contribuições de outros/as colegas pesquisadores/as, ao longo das pesquisas que os embasaram.A publicação é fruto, portanto, de parcerias e cooperação interinstitucional no âmbito da pesquisa social. Foram processos de intensa troca interdisciplinar (envolvendo programas de graduação e pós-graduação em ciências sociais, administração, psicologia e políticas públicas) e investimento em formação de novos quadros na pesquisa a partir da iniciação científica. As práticas de pesquisa foram conduzidas na busca da pluralidade teórico-metodológica, legado que as orientadoras procuraram deixar para as/os estudantes em formação.As/Os bolsistas foram financiados pela FAPERGS, pelo programa interno da Unisinos UNIBIC (desconto em créditos, em valor similar aos das bolsas pagas) e via PIBIC/CNPq e BIC, que são as ações que integram os estudantes dos cursos de graduação da UFRGS.A pós-graduação é um importante dispositivo no desenvolvimento com justiça social para um país, e especialmente neste momento da vida nacional brasileira, reafirmamos nosso compromisso com um país mais equânime, em que Estado e sociedade se articulem para produzir esse processo. A pesquisa social é nossa missão para contribuir, avaliando e informando políticas e processos grupais e organizacionais emancipatórios. O paradigma subjacente às nossas pesquisas é a necessidade de oferecer contribuição à construção de alternativas de transformação social e de justiça cognitiva[1]. Os estudos de caso conduzidos, portanto, vão nessa direção.As temáticas trabalhadas vão também ao encontro dessa preocupação. Como exemplos, mulheres adentrando novos campos da música, tradicionalmente ocupados pelos homens; direito à cidade; políticas culturais; desmanicomialização, cuidado em liberdade e geração de renda através do binômio arte-cultura.A expressão arte-cultura foi muito utilizada quando do lançamento e vigência do programa Cultura Viva. Em texto que versava sobre o Programa Cultura Viva, o então ministro Gilberto Gil tratava a cultura como um conceito “com três dimensões articuladas: cultura como usina de símbolos, cultura como direito e cidadania, cultura como economia”. O Programa se fundamentava no reconhecimento do papel estratégico da cultura como base da construção e preservação da identidade brasileira. Se configurava como um espaço para conquista da cidadania para todos e todas e buscava contribuir para a superação da exclusão social, por meio do fortalecimento da autoestima da população e da capacidade da cultura de gerar empregos e atrair investimentos.Para além do aspecto socioeconômico, há um elemento na produção de arte-cultura que tem sido fundamental ao longo da trajetória da humanidade: o surgimento de cenários inventivos e novas gramáticas sociais é, em larga medida, tributária da criatividade e inovação socialmente compartilhadas através das diversas formas de arte. A mediação semiótica desempenhada pela circulação de variadas formas de produção artística e cultural tem um papel fundamental nas sociedades contemporâneas. Essa foi a crença que nos incentivou, e às nossas alunas e alunos, a adentrar o mundo das artes nas nossas pesquisas.Esperamos que tenham uma boa leitura!Leia mais