P R E Â M B U L O - IEm um espaço-tempo, habitado por racionais, tem o aspecto físico e o filosófico. No físico, as causas e consequências são mais suscetíveis; no filosófico, até podem ser menos perceptíveis, mas não sendo um fator menor ou maior para o bem estar, para se chegar à felicidade.Final do Século XIX, início do Século XX, o nordestino veio para o Norte buscando um espaço-tempo físico, o filosófico trouxe. A perspectiva era que nessa busca encontraria um meio para viver, menos inóspito do até então vivido por ele. Buscava um espaço prometido por Deus, a terra prometida, uma terra entre rios, onde na guerra passam os soldados, e na paz os mercadores, não obstante ser e muitos saberem, no caso de Castanhal, um sertão sem ouro, e que nunca foi objeto de entradas e bandeiras, ou mesmo de desejo de piratas e corsários.Neste livro sobre os primórdios de Castanhal relato ocorrências de um espaço-tempo construído e definido, quanto ao filosófico foi transportado do Nordeste para o Norte, com todas suas virtudes e vícios, como a disposição de lavrar a terra, o hábito de resolver os rompimentos de contratos pela lei do mais forte, e as muitas práticas religiosas.Hoje, se analisarmos, isoladamente um personagem desse tempo primário de Castanhal, corremos o risco de cometer equívocos e injustiças históricas, pois práticas que eram procedimentos comuns, coisas do cotidiano, coisas consideradas normais pela moral da época, hoje, são consideradas exóticas, amorais, ou mesmo imorais; como também o inverso é verdadeiro.Verdade! O Nordestino, que majoritariamente, em um fluxo migratório no final do Século XIX, e no início do Século XX, habitou e logo construiu Castanhal, e que saiu do seu chão pretendendo sofrer menos, ter melhor qualidade de vida, viver dias melhores, foi à luta, labuta árdua, mas era o sonho. Sendo o sonho um dos substratos da loucura, para não ficar, muitas foram as superações, até com rompimento das barreiras da normalidade, os rompedores em tese, lograram mais êxito.Todos, exitosos e não exitosos, passaram a viver em um novo espaço-tempo físico na terra prometida, quanto ao espaço-tempo filosófico, trouxeram suas heranças antropológicas com poucas mudanças.Passaram-se gerações, mas até hoje, é evidente na população atual, os traços atávicos da população majoritariamente vinda. Além dos atávicos, os traços antropológicos também perduram, mesmo com o grande desejo de mudança da população inicial, desejo de buscar mudanças e aprimoramentos. Buscar, esse é um dos traços atávico e antropológico evidente na população atual, buscar um melhor viver, é uma busca com resultados paulatinos, mas progressivos e de avanço a avanço, de busca em busca a população consequente da vindoura, até poderá evoluir aos conceitos de humanísticos ditos por Jean- Jacques Rousseau (1712/1778), nas tantas laudas de resposta a pergunta “Qual a Origem da desigualdade entre os homens e será ela autorizada pela lei natural?” feita pela Academia de Ciências, Artes e Belas Letras de Dijon, em 1753, para o seu tradicional concurso literário.Leia mais