Em uma narrativa sombria, encontramos uma canoa, um rio poluído, onde pai e filho navegam. Visto pelo olhar-pensamento de um menino, o mundo de poluição ambiental ganha ares de aventura. “No caminho, calados, cada um cuida de sua tarefa. A dele: o tecelão das águas, mergulhar o remo, fugir dos guardiões. A minha, o timoneiro da escuridão, confessar o medo à palidez marinha”.Em Timoneiro da Escuridão, o ponto que amalgama personagens de nove narrativas é a tarefa de “confessar o medo”. Para isso acontecer, o autor adentra a vida dos personagens e expõe, sem nenhum pudor, as vísceras psicológicas de alguns, a inadequação interna e externa de outros e o embate contra a escuridão metafórica ou real que todos enfrentam.