O livro emerge na disciplina de Didática I com a turma do noturno, formada por alunos/as dos cursos de Ciências Sociais e Pedagogia, no primeiro semestre de 2021, na Universidade Federal do Maranhão. Tinha uma inquietação: Como trabalhar a Didática em tempos de pandemia da Covid-19, no formato remoto? Como fazê-la implicada, de modo a olharmos para ela e reconhecê-la como fundamental para a formação de professores e o trabalho docente cotidiano?O caminho foi sendo tecido entremeando histórias de vida e reflexões sobre a escola. Os fios da tecitura já haviam sido dados, eram as vivências do universo escolar, bastava entretecê-los, cruzá-los. Escrevemos contos. As histórias foram escritas uma, duas, três vezes, com o propósito de dizer melhor sobre os acontecimentos, as experiências protagonizadas por nós mesmos.Esse movimento foi o ponto de partida para resgatarmos os fatos guardados no fundo da memória e junto deles, iniciarmos a discussão sobre a concepção de Didática, entendendo-a não como um conjunto de métodos e técnicas de ensino, mas sobretudo, como “um campo de estudos e pesquisa voltado para a tarefa de fundamentar o processo de ensino como uma prática social de incorporação e de emancipação política” (FRANCO, PIMENTA, 2014, p. 9). Era preciso tomá-la como eixo de reflexão, como diz Lima[2] (2011). Por isso, empreendemos o movimento reflexivo de olhar para a escola e as relações de ensino, tomando como lente para a leitura as nossas próprias vivências. Assim fizemos e compartilhamos com você. O livro traz contos relacionados à escola em sua ampla teia de relações, marcados pelas experiências de vida dos sujeitos da escrita. Convocam diferentes possibilidades interpretativas, nem sempre positivas, mas que muitas vezes ressoam em nossa própria história escolar.[1] FRANCO, Maria Amélia Santoro Franco; PIMENTA, Selma Garrido (orgs.).Leia mais