A vida rápido passa e na esquina dos 90 anos olha-se no espelho e seu rosto possui as marcas de uma vida vivida. Um olho já não vê os Amigos que partiram, deixando um vácuo na alma e uma saudade inaudita.Sua mente continua brilhantemente ativa e sempre inquieta, procurando nas madrugadas online algo que preencha as horas que teimam em lentas serem.Seus escritos passam a limpo boa parte de sua vida, de amores efêmeros aos amores que, de tão intensos, consumiram-lhe o coração.De canções de amor e morte, aos cavalos da ventania, passeia pelas ruas do Antigo Recife como um boêmio que não foi em vida.Descobriu-se tarde um mecenas para estudantes, que de tão carente eram que potenciais revelavam, e livros de graça levavam, tornando-se Juízes, Procuradores, Desembarcadores e, principalmente, Amigos de Vida.A pandemia não lhe fez bem. Perdeu o que mais ama, a rotina diária na Unifor, o convívio com o Alunos, o cuidar dos gatos e o olhar percorrendo o Campus até a madrugada.Pediu-me para cuidar de seus escritos, lembrando-me que cópias não possui e que deveria tratá-los como uma herança tardia.Sempre lhe disse que deveria escrever suas memória, e até tentei resgatar de sua prodigiosa memória, lembranças de minha infância para as minhas escrever. Refiz o pedido em seu aniversário de 87 anos e espero tê-lo motivado a contá-las.Este livro é uma coletânea dos herdados escritos.Leia mais