Neste segundo livro da série “Conhecimentos da Religiosidade Brasileira”, o professor Paulo de Castro e Souza se vê envolvido com caso que chocou o país e se manteve nas manchetes de todos os noticiários por três anos. Uma vez afamado por suas incursões e descobertas sobre a figura mística de Zé Pelintra, contada no primeiro livro desta coleção, acaba por se ver às voltas com mais uma saga investigativa. Onde, desta vez acaba sendo incluído como detetive e vítima. É neste contexto que o nosso desbravador é convidado a contribuir num estudo científico para entender um caso ocorrido em 1979, que teve desdobramentos até 1983, onde um homem foi assassinado a tiros por uma mulher a mando de uma suposta pomba-gira Maria Padilha. Um caso que tomou aspectos de ficção, quando dos interrogatórios da tal médium, que nada sabia. Fazendo com que, Maria Padilha incorporasse e ela, sim, a entidade prestasse os depoimentos sobre o assassinato. Este caso foi emblemático, pois pela primeira e talvez a única vez, uma entidade mística e religiosa passava a ter o seu depoimento relevante, e quase inocentou a sua médium.É em meio a este caso que o professor Paulo vai ao encontro desta manifestação tão contundente e tão pouco estudada. Mesmo porque, estava sendo vítima de um trabalho encomendado por uma amante a Maria Quitéria, outra das nossas personagens. E por isto vê o seu noivado ser abalado, ferido de modo mortal. E será com Maria Mulambo que a sua enfermidade delicada será resolvida. Neste momento é que Paulo se vê às voltas com a necessidade de conhecer a origem do poder e atuação destas entidades. Vai conhecer o enredo da vida terrena de Maria Quitéria e seu punhal, a jovem cigana portuguesa assassinada por vingança, e a doce Maria Mulambo, condenada à sarjeta por escolher viver um grande amor. Neste momento descobre também que todas estas manifestações partem do mesmo lugar, Pernambuco, onde as duas jovens viveram e construíram a sua história imortalizada nas manifestações de culto afrodescendente. E de onde também partem as chamadas feiticeiras invocadoras do espírito de Maria Padilha, magia trazida da Europa por mulheres degradas ou fugindo da Inquisição.Leia mais