O autor é Luiz Francisco Fernandes de Souza, com quase 40 anos de trabalho. Há quase 20 anos, Procurador Regional da República, garantista, abolicionista, socialista democrático.
Este livro dá continuidade à série sobre a relação entre a religião e o socialismo democrático.
Igreja, especialmente por seus melhores leigos (o Clero trabalha com princípios gerais, sendo um Pedagogo participante, que opera pelo Diálogo, como Deus), apoia um socialismo-síntese, em tensões e equilíbrios ultrafinos, com o máximo de socialização e o máximo de personalização, uma Comunhão governada pelo Diálogo. onde cada pessoa concreta é ouvida, onde cada indivíduo concreto floresce, com sua unicidade, sendo essencial sua voz, para o bem comum.
Como explicou Francisco I, no livro de Dominique Wolton, “Papa Francisco, o futuro da Fé (Rio, Ed. Petra, 2018, p. 176), a “globalização” (uma República mundial, o socialismo, a socialização) que a Igreja apoia tem a imagem de um “poliedro”.
Francisco I explica a imagem do poliedro, em que cada pessoa é um ponto, um lado, essencial, com suas particularidades, potenciais, bens pessoais e liberdades.
Um poliedro com bilhões de pontos e lados essenciais. Uma unidade com diversidade, em que “todos os pontos” existem, são essenciais, “todos juntos, mas cada indivíduo com sua personalidade e sua cultura”, sua unicidade, sua liberdade vital. Onde todas as pessoas, culturas e vidas floresçam, com suas diferenças únicas, sua unicidade.
O bom Leonardo Euler, que era quase um santo, deve estar feliz, vendo Francisco I, elogiar o poliedro, tendo este mega matemático criado a Fórmula do Poliedro.
Socialismo democrático é, no fundo, uma Democracia Plena, Verde, Econômica, Social, Popular, Substancial, Real, Cultural, Étnica, de gênero, Educacional, Ambiental etc. Mounier, Dorothy Day, Alceu, Gramsci, Berlinguer concordariam, acredito, com essa fórmula-síntese, aberta e experimental.
A Graça (Presença Divina) nunca destrói a Natureza, nem agora e nem nunca, apenas a faz florescer, sendo isso a Parusia, uma Construção Eterna, Criação Eterna, onde todas as pessoas são chamadas para serem cocriadoras.
Bento XVI, na “Caritas in Veritate” (n. 38), ensinou que “a vida econômica” deve ser sempre pautada pela “reciprocidade fraterna”, “em última análise”, “uma forma concreta e profunda de Democracia econômica” (Ladislau Dowbor, Márcio Pochmann, Paul Singer, Suplicy, Paim, todos seguem esta linha).
O bom socialismo é democrático, gradual, experimental (cf. “Gaudium et Spes, n. 4).
Por isso, considero exemplar a experiência do socialismo escandinavo (Dinamarca, Noruega, Suécia, Islândia e Finlândia), tal como o melhor do socialismo europeu e da Oceania (Austrália e Nova Zelândia.
O grande segredo para erradicar a miséria e a exploração é uma Democracia ampla, com a participação de todos.