O que, a princípio, parecia ser meramente um desejo de entender como as narrativas se manifestam em videogames veio a se tornar o foco de oito anos de estudo, desde o trabalho de conclusão da graduação em Letras Inglês que fiz na Universidade Federal do Espírito Santo até a defesa da tese de doutorado. Os videogames estudados variaramdurante esse período, mas o que se manteve firme foi a perspectiva de querer não só estudá-los, mas também tentar estabelecer uma metodologia de análise para esse objeto. Este não é o momento para apontamento de dados, mas é fato que nas ciências humanas e, aqui mais importantemente, nos estudos literários, falta rigor metodológico, algo que muitas vezes se confunde com exercício hermenêutico. Sendo o videogame um objeto que sofre bastante preconceito nomeio acadêmico, precisei de rigor para romper com suposições de que minhas pesquisas seriam de baixa qualidade. Assim, o que mais me interessou, durante estes oito anos, foi tentar estabelecer uma forma de como estudar o videogame enquanto mídia, como compará-lo com outras formas narrativas e como extrair disso significados socialmente contextualizados. Após a defesa da tese, imaginei que não deveria revirar este material, afinal, a dissertação e a tese falam por si só. Mas o destino quis que pesquisadores de videogames me procurassem, e isso me fez ter a vontade de voltar às pesquisas de mestrado e doutorado e separar exatamente o que fosse ser útil, poupando, assim, o precioso tempo dos meus colegas. Dessa forma, o que se tem aqui é um guia, que engloba um conjunto de questionamentos e respostas sobre o que é vivamente perguntado na academia: o que é o videogame, por que pesquisá-lo, como pesquisá-lo e o que se discute a partir dessas leituras e análises.Leia mais