Não é fácil lidar com tudo que gira ao redor de um filho e ainda voltar a girar em torno do próprio eixo com a destreza de antes, se é que é possível. É preciso reaprender a ser. É preciso lidar com a estranheza que essa adaptação provoca, com a nova relação que se cria dentro do casal, na vida social, profissional, com todos aqueles que têm certeza absoluta que sabem melhor do que você como criar seu próprio bebê, com o fato de que cada criança do mundo, sobretudo aquelas que sofrem, parecem tanto com seu filho e o principal de tudo: aprender a lidar com um sentimento inteiramente novo, arrebatador e definitivo: você morreria por aquela criança.
É desse universo infinito de transformações que eu falo aqui. Sobre como eu tento entender todos os dias quem eu passei a ser. A maternidade é um mergulho em nós mesmas de um trampolim alto, tão alto que mal podemos ver o chão, se chão houver lá embaixo. A gente não sabe disso quando pula. Vou te contar como foi pra mim.