O livro aborda criticamente as dificuldades que a cultura popular enfrenta diante da reprodução do capital, seja em decorrência da indústria cultural, bem como da conjuntura contemporânea, pós-moderna, global, neoliberal e que vivencia a crise do Welfare State. Dentro desse panorama, ainda se analisa a cultura brasileira com seu marcante processo histórico, que denota da exploração eurocêntrica no desmonte da cultura indígena e da escravidão, e que se materializa numa acentuada desigualdade social no país. E mais, nesse panorama ainda se interpela um racismo cultural implícito do brasileiro perante sua própria cultura. É por isso que, esse livro analisa o Direito à Cultura sob a ótica dos percalços interdisciplinares, que se escancaram na (in)efetividade legal. Para tanto, se refletirá tais entraves sob a vertente do tombamento das edificações históricas e, também, na Lei de Incentivo à Cultura (Lei 8.313/1991). Apesar das dificuldades, o livro lança como desafio a imprescindível premência do brasileiro em compreender e defender a nossa cultura.Bárbara Kruse apresenta ao leitor um estudo multidisciplinar que reflete a sua trajetória acadêmica – formada em Geografia, Direito e História, Especialista em Direito Aplicado, Mestre em Gestão do Território e Doutoranda nas Ciências Sociais –, a autora propõe uma análise sobre a cultura no Brasil, contextualizada na ordem mundial neoliberal, no movimento dialético entre a mundialização cultural e nas singularidades locais e na distinção cultural personificada nas classes sociais.Essa capacidade de dialogar com várias frentes, de elucubrar sobre ‘cultura’ e ‘patrimônio cultural’ – temas transversais em várias ciências –, nos é oferecida de forma muito interessante e complementar, pois além da Geografia, História, Sociologia, Economia e Filosofia, eis que aparece o Direito.Entender a aplicabilidade da legislação em questões culturais e patrimoniais é uma condição que favorece o direcionamento das ações em prol dos direitos sociais pela cultura e pela valorização e preservação da memória social. A legislação também é ferramenta contra as ações impostas por governantes omissos ou mal-intencionados que aniquilam a liberdade que qualquer manifestação cultural possa ter e exercer.AUTORABárbara Cristina Kruse é formada em Direito, Geografia e História (formação pedagógica). Possui especialização em Direito Aplicado pela Escola da Magistratura do Paraná. É Mestre em Gestão do Território (UEPG) e Doutoranda em Ciências Sociais Aplicadas (UEPG). Percorre a linha de pesquisa ao direito público e ao patrimônio cultural há mais de uma década, além de ocupar a cadeira de Conselheira do COMPAC (Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa) pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e sócia-fundadora da APPAC (Associação de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural).Leia mais