O livro indaga sobre a projeção de ideias e posturas que visualizam esferas imateriais como campo de mudanças civilizatórias que interconectam dimensões individuais, locais, nacionais, globais, planetárias e cósmicas. As variações expressam visões de mundo ancoradas na política, na ideologia, no espiritualismo, às vezes em diálogo com o campo da pesquisa científica.
O primeiro capítulo começa com a exposição de ameaças existenciais ao “ocidente cristão” exaltadas por correntes à direita do espectro político estadunidense. Na sequência, apresentam-se abordagens em direção oposta, mostrando em que medida o outro mundo possível almejado como perspectiva libertária, corresponde aos medos invocados pela reação conservadora.
Os cenários em que essa disputa se desenrola são expressivos do crescente protagonismo que adquirem as redes comunicacionais da era digital, trazendo para a centralidade da análise o significado e alcance da imaterialidade como esfera de convivência ou conflito nas relações humanas.
O segundo capítulo avança nessa discussão, apresentando três variantes: 1) a Noosfera, dimensão abarcadora da mente, trazendo leituras que a vislumbram como direção convergente da humanidade, no campo da estratégia nacional, da sociedade civil, da espiritualidade, e da ciência; 2) o Intelecto Geral, expressão utilizada por correntes de esquerda que colocam no centro do dinamismo do capitalismo e da sua superação a produção e apropriação do conhecimento; 3) Aquário, referência espiritualista da chamada Nova Era, em interlocução frequente com estudos multidisciplinares em centros de pesquisa e universidades, impactando na projeção de transmutações de alcance planetário e cósmico.Partindo desse labirinto de visões sobre o habitar do mundo, o terceiro capítulo elenca itinerário de questões sobre a imaterialidade e a política, aventando sintonias em sentido libertário.