Este trabalho monográfico, escrito sob a orientação do Prof. Dr. Gilfranco Lucena dos Santos, investiga o conceito de epagoge (ἐπαγωγή) nos Analíticos de Aristóteles, o qual é tradicionalmente traduzido por “indução”. A investigação tem como ponto de partida a pergunta: qual a contribuição dos Analíticos no entendimento de como o filósofo peripatético aplica epagoge em sua ciência e lógica. No primeiro capítulo, é analisada a interpretação convencional dos comentadores do século XX: de que epagoge é ou indução perfeita ou indução intuitiva, respectivamente com base nos textos dos Primeiros Analíticos II 23 68b13-37 e dos Segundos Analíticos II 19 100a3-b4. Entretanto, diante das várias dificuldades apresentadas a esses sentidos de epagoge, é apresentada no segundo capítulo a interpretação alternativa a respeito de epagoge e de sua relação com os Analíticos, com base em intérpretes recentes do século XXI. Com o confronto dessas interpretações, é possível repensar sobre epagoge, não como ponto de chegada, mas ponto de partida apropriado para discutir a origem do conceito antes de Aristóteles, em Sócrates, e suas implicações na atualidade.