A memória da alta sociedade é bastante seletiva. Se esquecem rapidamente de suas boas ações quando um de seus passos acaba sendo fora do esperado. O ano é 1975 e Vera Bellini já se acostumou com a forma com que comentam sobre seus eventos escandalosos e estilo de vida extravagante. Mas, a forma com que ainda a acusam pela morte do seu marido, Alfredo Bellini, é capaz de passar pela armadura de mistério e indiferença que criou com o tempo a fazendo se sentir como a criança insegura que um dia já foi. Em “A Herança de Circe”, Vera Bellini está cansada de manter as aparências e sustentar a farsa de uma vida perfeita, por isso decide aceitar o título de bruxa que é destinado, desde o princípio, a todas as mulheres fortes, decididas e independentes. Visitar o passado pode ser conturbado e doloroso, mas lutar contra a fogueira já não é mais uma prioridade. Acendam as chamas… É hora de Vera Bellini contar o seu lado da história.