Este livro foi escrito para pessoas com curiosidade aguçada sobre de onde vem o sentido do que dizemos e escutamos. O que à primeira vista parece trivial, se um pouco provocado revela grande complexidade e, ao mesmo tempo, simplicidade. Não a simplicidade de literalidade dos ditos, que explicam muito pouco sobre eles, mas a de sentidos que emergem por comparação e que, sabemos, nem é preciso explicar. Sentidos evocados para convencer, influenciar, elogiar etc. e que provocam emoções e imagens poderosas e constrangedoras. Sim, as metáforas têm esse grande poder. E elas são muito mais frequentes em nossas conversas do que nos damos conta. Nós as utilizamos sem sentir e com grande habilidade e podemos mesmo nos pegar refém delas. Apresentamos detalhadamente esses processos linguísticos, muito úteis quando nos interessamos em compreender por que somos constrangidos a aceitar ideias que, aparentemente, julgamos até muito frágeis. O livro auxilia pesquisadores e outros interessados em processos retóricos no sentido de desanuviar situações de conversas, geralmente apressadamente mal compreendidas. Sim, pois se repetimos o que outro disse, do jeito que foi dito, estamos dizendo outra coisa. O mesmo dito em situações diferentes tem sentido diferente e efeitos também diferentes. O livro é um convite a desvendar estratégias ocultas nas situações mais corriqueiras de conversas e trocas linguageiras.