Quando comecei a trabalhar com revistas direcionadas à educação, há cerca de três anos, percebi o quanto o ensino em sala de aula ultrapassa o mero desenvolvimento de habilidades que fazem as crianças prosperarem ao longo da vida escolar. A cada atividade que preparávamos com a equipe de educadoras e a cada entrevista com especialistas na área educativa, me convencia de que o papel do educador é inserir os alunos, desde cedo, na sociedade, e não apenas no mundo letrado. Por isso, é com extrema satisfação que, nesta edição da Projetos Escolares, publicamos uma entrevista exclusiva sobre letramento. Difundido no Brasil em meados da década de 1990, esse conceito abrange a compreensão das técnicas da alfabetização, mas vai além: insere a leitura e a escrita no convívio social, permitindo que as crianças, mais do que formar as palavras, compreendam o seu significado e se apropriem com satisfação do hábito da leitura e da escrita. Por meio dele, o analfabetismo funcional, por exemplo, é algo que não existiria mais. Para saber mais sobre o assunto, vá até a página 30 e leia uma entrevista exclusiva com Sueli Fernandes, assessora técnico-pedagógica do Departamento de Educação Especial da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Em cada frase, você verá a importância de trabalhar esse conceito em sala de aula, estimulando as crianças à prática social da escrita, e não apenas à acadêmica. Assim, é possível verificar que cada vez mais a escola se preocupa com a compreensão dos temas ensinados. Ao deixar de lado o uso exclusivo das cartilhas como forma de estimular a leitura e a escrita, observa-se uma teoria amplamente difundida pelo pedagogo pernambucano Paulo Freire (1921-1997), que acreditava que a prática educativa por meio desse material não proporciona reflexão e autonomia às crianças. Compartilhe dessa idéia, folheie esta edição e insira, cada vez mais, a garotada no processo de aprendizagem. Com certeza, isso fará toda diferença.