Por que as mulheres brasileiras trabalham, em média, o dobro do número de horas que os homens nos afazeres domésticos e no trabalho de cuidado com os familiares? Por que, quando se consideram as duas jornadas (trabalho no lar e trabalho no mercado), as mulheres brasileiras sempre ocupam um patamar mais elevado do que os homens no cômputo das horas trabalhadas? Por que as mulheres de todos os países ao redor do mundo – sejam eles desenvolvidos, em desenvolvimento ou subdesenvolvidos – ganham menos do que os homens no mercado formal de trabalho para desempenharem funções idênticas ou muito semelhantes àquelas desempenhadas por eles? Por que, em períodos de crise econômica, as mulheres são comparativamente as mais prejudicadas, precisando carregar um fardo adicional de trabalho sobre os ombros? Essas são algumas das questões a que se dedica um dos mais recentes programas de pesquisa em economia, chamado de Economia Feminista. O objetivo geral dos estudos levados a cabo por esse programa de pesquisa é obter uma compreensão mais profunda acerca da economia como um todo. O título que escolhemos para este volume deve ser visto como neutro e transversal a todos os sete artigos que aqui se encontram reunidos, que têm como propósito servir de guia de leitura para aqueles que desejem adquirir um panorama geral da disciplina.