Escrever sobre o universo é escrever sobre nós mesmos.
Ponderar sobre as coisas que nos rodeiam nessa imensidão desconhecida é uma tarefa metalinguística e apaixonante.
Somos octilhões de átomos pensando sobre outros octilhões de átomos.
Em meio a galáxias elípticas, estrelas de nêutrons e buracos negros, pode ser insensato dizer que somos os aglomerados de átomos mais interessantes do universo.
Mas o simples fato de podermos contemplar todas essas coisas nos coloca como poeiras cósmicas extremamente curiosas e relevantes.
Nessa obra, ser um astrônomo não é apenas investigar as condições físicas do universo; é investigar sua essência, sua mensagem e sua beleza.
Substituo portanto meus trajes espaciais e meu foguete por uma caneta e um papel.
Substituo minha racionalidade dominante por um subjetivismo elegante.
E substituo o cosmos único e exclusivo por meu próprio cosmos:
As vezes amargor, outras vezes doçura. As vezes inverno, outras vezes verão.As vezes ódio, outras vezes paixão.