Em Dahssos, cidade de dimensões continentais e floresta viva, acreditava-se que uma posição social estável era a garantia de uma vida plena e feliz. A maior civilização do mundo se erguia sobre o trabalho de seus cidadãos e a síntese entre técnica e natureza; sua promessa se realizava a olhos vistos, seu fulgor era incontestável… Quem olhasse demasiado, contudo, poderia descobrir as contradições da glória e os interesses que ela esconde.Dizem que a jornada de Aeron se deu sobre o rastro de sua companheira, desaparecida no ano de 1680 desta era; tratou-se de uma busca pessoal, empreendida por um cidadão que abdicara de seus deveres.Outros preferem situá-la junto às histórias de luta e revolta que marcaram o século, como se os passos de uma pessoa remetessem aos de muitas outras — como se a história de um homem invisível evidenciasse os contornos da própria Dahssos.De qualquer forma, a jornada de Aeron, ex-arquiteto especialista e investigador de desaparecidos, é apenas um fragmento do que ocorre na grande Cidade-Floresta do oriente — e um dos sinais da sua vertiginosa queda.