A obra em questão foi gestada ao longo de mais de uma década. E as desventuras protagonizadas, seja de ordem sexual (oriundas de meu antigo blog “Nordestino Cabamacho”), etílica ou apenas socialmente reprovável, estão aqui listadas sem ordem cronológica, contadas quase sempre em primeira pessoa, gestadas de vivências próprias, passadas no interior da Bahia – claro, com muita ficção embutida, especialmente nos nomes, pra fugir dos processos.
Por sinal, aliás, embora tenha residido em Uberlândia-MG metade de minha existência, a Bahia é quem coadjuva boa parte de meus escritos. Cenário de histórias de toda sorte, ontem e hoje, a paixão que nutro por esta maravilhosa e impoluta Unidade da Federação é algo que me fez (entre razões menos publicáveis) terminar um casamento, voltar depois de anos e casar-me pela segunda vez – afinal, desgraça pouca é bobagem.
A Bahia é uma força divina, oásis de lucidez em meio à desertificação mental vista no país, em tempos como os que vivemos, desde o malfadado ano de 2016. E, não sendo possível desistir, a gente tenta. Nem que seja criando fantasias – idílicas e culhudeiras – pra sobreviver.
Porque, como se sabe, desde os fatídicos tempos de Euclides da Cunha, o nordestino é, antes de tudo, um mentiroso.