“O louvor de Maria é um abundante manancial que quanto mais se escoa, mais aumenta, e quanto mais aumenta, mais se escoa (Biblioteca dos Padres). Em outras palavras: Esta Virgem é tão grande e sublime, que, quanto mais louvamos, mais nos resta a louvar. Tanto é isso verdade, que – diz Santo Agostinho – todas as línguas dos homens não bastariam para exaltá-la, ainda que eles só línguas tivessem no corpo”. [1]A respeito de Nossa Senhora, a Palavra de Deus nos dá poucas informações, mas esse pouco é mais do que suficiente para fazer crescer, em nós, o amor filial que devemos nutrir em nossas vidas e ainda cumprir o pedido de Jesus, que da cruz dirige-Se ao discípulo amado e diz: “Eis tua mãe! ” (Jo 19,27a).Essas informações sempre nutriram o coração dos discípulos de Cristo que, ao longo dos séculos, fizeram com que o amor, a devoção, a filiação e o entendimento do papel fundamental de Maria para a história da Salvação, fossem um alimento indispensável para toda a Igreja.“O papel de Maria para com a Igreja é inseparável de sua união com Cristo, decorrendo diretamente dela (dessa união). ‘Esta união de Maria com seu Filho na obra da salvação manifesta-se desde a hora da concepção virginal de Cristo até a sua morte. ’ (Lúmen Gentium 53) Ela é particularmente manifestada na hora da paixão de Jesus: ‘A bem-aventurada Virgem Maria avançou em sua peregrinação de fé, manteve fielmente sua união com o Filho até a cruz, onde esteve de pé não sem desígnio divino, sofreu intensamente junto com o seu unigênito. E, com ânimo materno, associou-se a seu sacrifício, consentindo com amor na imolação da vítima por ela gerada. Finalmente, pelo próprio Jesus moribundo na cruz, foi dada como mãe ao discípulo com estas palavras: Mulher, eis aí o teu filho. (Jo 19, 26). Lúmen Gentium 58”.[2]A proposta para conhecer mais e ser alimentados no amor filial a Maria, como verdadeiros filhos da Igreja, é que nos dediquemos a um estudo orante da Palavra, em que meditaremos as passagens bíblicas que fazem referência a Maria e nas quais ela participa ativamente. Mostraremos que somos parte da geração que a proclama bem-aventurada (Lc 1,48), e, sendo alimentados pela Palavra, faremos crescer a piedade em nossos corações: “A piedade da Igreja para com a Santíssima Virgem é intrínseca ao culto cristão” (Marialis Cultus, 56). Estudaremos tanto as referências bíblicas do Antigo Testamento como, evidentemente, a do Novo Testamento. Iremos meditar com a ajuda de São João Eudes, do Papa São João Paulo II e de Santo Afonso Maria de Ligório, além de outras referências, tratados e documentos da Igreja, uma via segura para que a amemos como verdadeiros filhos e filhas.Para isso, pedimos a ajuda e a intercessão daquela que sempre foi e será na Igreja um sinal de consolação, de encorajamento e de esperança.“Maria, Plena da Graça de Deus, que encontraste Graça diante do Senhor, pois sempre foste atenta à Palavra e nesta sempre te apoiaste, procurando comprometer a própria vida com a vontade de Deus, pedimos teu auxilio. Queremos, ó Mãe, com a tua intercessão, cuidado e amor ser revestidos desta graça para que, também nós estejamos atentos na escuta da Palavra de Deus e de Sua Vontade, sempre prontos a fazer o que Ele pedir. Alcança-nos a graça de, imitando a ti, guardar no nosso coração a Palavra, que é o Verbo de Deus, teu Filho Jesus. Amém. ”
[1] LIGÓRIO, Santo Afonso. As glórias de Maria. Xª Ed. Aparecida: Editora Santuário, 1987, p. 27
[2] CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, p 272 § 964